quarta-feira, 1 de agosto de 2018

PEDAGOGIA: OUTRO MUNDO POSSÍVEL PASSA PELA SALA DE AULA





Olá! O post de hoje é para trazer um pouco do livro "Dicionário de Valores," de José Pacheco, que revolucionou o ensino na Escola da Ponte. Achei tão inspirador que resolvi compartilhar aqui com vocês. 

O livro que, para cada letra do alfabeto, fala sobre um conceito, um valor ou um tema (Autonomia, Beleza, Coerência, Desapego...), onde, segundo o autor, a transmissão de valores se dá pela convivência, pelo exemplo, pelo contágio emocional. Posso dizer que já amei desde o início!
Não pense que é um dicionário nos moldes tradicionais, ele vai além disso. Olha como começa a letra A - autonomia.

                               A INFÂNCIA TEM VALOR,
                                                NÃO TANTO COMO PERÍODO
                                                DE ADESTRAMENTO, MAS COMO
                                                PERÍODO QUE SE PODE 

                              EXPERIMENTAR LIVREMENTE
                                      AQUELA MARAVILHOSA SENSAÇÃO
                                               DE SERMOS NÓS PRÓPRIOS, QUE PREDISPÕE

                              A ACEITAR MELHOR
                                     AS INEVITÁVEIS LIMITAÇÕES DA VIDA ADULTA

                                                                   BIASUTT



No trecho do livro que diz "Se nos lares e nas ruas escasseiam a tranquilidade e a reflexão, como pretender que nossos alunos se mantenham quietos e calados? Se há professores que se atropelam ao falar ou sussurram ao pé do ouvido do colega do lado, como poderão exigir dos seus alunos o levantar a mão para solicitar a sua vez de falar? Essa postura de cidadania básica não é comum no decurso de reuniões de professores..." nos traz à luz que devemos repensar muito como estamos caminhando na educação, pois me digam: não vemos isso constantemente!? Mas não pense que o livro segue o caminho da crítica, pelo contrário. Ele convida a uma educação afetiva, livre, criadora, onde estar em contato primeiramente com sua criança interior é a chave primordial para  tornar os dias mais leves, mais justos e esperançosos de um mundo melhor.

Ainda em seu livro, ele fala da importância das dimensões do afeto, da emoção e até mesmo da espiritualidade (muito em comum com a Formação em Psicomotricidade Heurística), das múltiplas possibilidades e experiências que devem ser proporcionadas ao aluno e cita o princípio de Kant, que diz que o objetivo principal da educação é o de desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz.

Ao escolher o termo esperança, suas palavras são: "Esperança, em seu sentido mais genuíno, significa fé na bondade da natureza humana. Significa confiar, acreditar ser possível ensinar (e aprender) o diálogo, o reconhecimento da diversidade, a amorosidade, a solidariedade, a alegria, a justiça, a ética, a responsabilidade social, o respeito, a cidadania, a humanização da escola".  Por esses trechos já imaginamos que esse dicionário foi feito através de sua experiência como educador e nos traz uma riqueza de trabalho gratificante.

No livro há um trecho escrito por Julio Cortázar que diz - " uma ponte só é verdadeiramente uma ponte quando alguém atravessa. Tão importante como escutar uma palestra ou ler um livro é escutar, escutar a si próprio, verificar a coerência entre o ato e a teoria. E saber fundamentar aquilo que se faz, assumindo compromissos. A teoria converte-se em ação quando assumida em situações reais. Então, vamos testar essas experiências em nossa prática educativa? Só assim podemos vislumbrar um mundo melhor para nós, nossos filhos e para o mundo.

Termino com outra passagem do livro, uma velha história contada, que já irei usar nas palestras e encontros!rssss

Começa assim: "Aquele barco a remos fazia a travessia de um rio. Num dos remos tinha escrito a palavra "acreditar", no outro, a palavra "agir". O barqueiro explicou o porquê. Usou o remo no qual estava escrito "acreditar" e o barco começou a dar voltas sem sair do mesmo lugar. Depois, usou o remo que estava escrito "agir" e o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante. Quando usou os dois remos, num mesmo movimento o barco navegou até a outra margem. Não "remou contra a maré" ou "ao sabor da corrente." Uniu duas margens pelo impulso da escolha que lhe imprimiu um rumo coerente.

Não esqueçam que são muito bem vindos comentários, sugestões e o que surgir de ideias por aqui. O livro é disponibilizado gratuitamente através do 

http:ecohabitare.com.br/livros/

Espero que tenham gostado, até o próximo post!








Nenhum comentário:

Postar um comentário