segunda-feira, 25 de junho de 2018

Voa, voa passarinho. Por Roberta Lourenço

O fantástico mundo de uma professora


          Em uma tarde comum, minha turma de 5, 6 anos foi ao parquinho da escola para brincar de faz de conta, aliás, um grande instrumento de desenvolvimento intelectual, físico, social e emocional. Mal sabíamos da grande surpresa que nos esperava.

          Logo, algumas crianças se assustaram enquanto outras foram ao encontro da grande novidade: um filhote de rolinha com poucas penas e que ainda não sabia voar
          
           Não foi preciso muito esforço, as perguntas começaram a surgir e a rolinha ficou cada vez mais assustada com o alvoroço da criançada. Voltamos para a sala e  automaticamente formou-se uma grande rodinha com perguntas, respostas, argumentações e todas as crianças da turma participando ativamente de alguma forma: "Ela já morreu? O que vamos fazer com ela? Onde está a mãe dela? Ela vai morrer logo?" Grande parte das perguntas que faziam, outras crianças respondiam.

        Direcionamos (as crianças e eu) nossa atenção para o projeto "Índio e a literatura" que já estávamos trabalhando a alguns dias, onde integramos o livro Menino Poti à data comemorativa do dia do índio. Conseguimos enfim, relacionar o projeto vigente na roda de conversa, juntamente com o tema criado e discutido por eles.



        Trabalhamos questões interdisciplinares sobre o meio ambiente, tipos de animais (quais são, o que comem, onde moram, como nascem, do que precisam), quantidades e grandezas, números, letras, palavras, desenho/escrita espontânea, letramento e ética.
Chegamos à conclusão que o melhor para nosso pequeno pássaro seria ir comigo para casa, onde seria cuidado com uma papinha especial para filhotes até que ele estivesse pronto para voar.


        Todos os dias havia perguntas sobre como estava a rolinha, com bate-papo e novas questões, muitas vezes com informações que eles traziam de casa como: "Meu pai disse que... , eu vi um filme onde... , você sabia que?... Ela já morreu?"

         Após algumas semanas, no dia do índio fizemos uma grande culminância do projeto: índios confeccionados por eles com sucata, escrita na areia, corantes naturais, livro de receitas indígenas, comidas típicas entre outros. Nossa querida rolinha voltou à escola.



         Sentamos para conversar mais uma vez, decidimos se ela era macho ou fêmea, depois escolhemos um lindo nome para ela. Algumas crianças disseram que era fêmea, mas mesmo concordando que podia ser uma rolinha macho decidiram que o nome seria "Vi", Vi de vida, Vi de Vitória, Vi de "eu vi". E por fim uma das crianças pegou a rolinha com as mãos e soltou; a mesma deu um voo curto, permaneceu ali parada olhando as crianças por um tempo, mais um voo curto e  logo foi embora reencontrar a família no céu, como eles relataram.


        Eles ainda apontam as rolinhas que aparecem na escola dizendo que é nossa "Vi".
Me sinto orgulhosa, meus pequenos argumentaram, criaram, utilizaram recursos do mundo que as rodeiam e contribuíram para uma educação transformadora sem deixar de trabalhar o que planejamos anteriormente. 

        Eis o que motiva cada professor a trabalhar em parceria com seus alunos, construindo valores, respeito, ética, interação humana e colaborando na construção de indivíduos autônomos e protagonistas da sua formação.

        Sei que ao longo do ano trabalharemos diversos projetos, mas tenho certeza que a rolinha "Vi" ficará na memória por um longo tempo. 
        

É gratificante estar com eles, ensinar e aprender todos os dias.


"A pedagogia que me toca é a pedagogia que escuta, provoca e vive a difícil experiência da liberdade." Paulo Freire










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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Psicomotricidade pra viver!


Psicomotricidade pra viver! Por Monica Pontes



Olá, pessoal! Esse é meu primeiro post pela Motrix e estou super feliz e grata.  O Blog vai compartilhar experiências em torno da aprendizagem e do desenvolvimento humano com profissionais de educação e saúde contribuindo para um ser humano mais feliz.
Minha contribuição vem de um histórico de trinta anos dentro de ambientes educacionais e, claro, trarei a experiência que tenho tido através dos anos nas várias possibilidades há na psicomotricidade. E já me entrego aqui: Amo a psicomotricidade!
E para falar um pouquinho da Psicomotricidade, que é a ação do homem através do seu corpo em relação ao seu mundo interno e externo, posso dizer que sua maior contribuição é nos convidar à um olhar e a uma escuta pela via do afeto nas mais diversas esferas do coexistir, mas já digo que não é nada fácil, pois escorregamos em nossas próprias falhas como ser humano.

A psicomotricidade em suas diversas formas coloca o corpo em lugar de aproximação ao entendimento sobre o homem, suas emoções e ações nas mais diferentes aprendizagens que a vida nos oferece.

A vida se transforma numa rapidez que, às vezes, assusta e nessa rapidez deixamos de lado aquele olhar mais profundo, aquele abraço mais apertado, porque tudo corre demais: O feed de notícias do celular, as mil e uma mensagens via whatsapp, o tempo para trabalhar, estudar e nesse meio tem um ser que clama em se reencontrar e encontrar o outro, só que não vemos e nem escutamos porque tudo corre demais... Ser psicomotricista é ir ao encontro desse ser, é ser ponte, ser a mão amiga, o abraço que falta, a palavra que fortalece. Mesmo sabendo que falta muito mais em mim é esse o caminho que resolvi percorrer e espero plantar a sementinha da psicomotricidade em vocês.


Finalizo por aqui deixando abaixo o trecho do livro "Vivendo, Amando e Aprendendo" do autor Leo Buscaglia, para, na dúvida, não deixarmos de escolher a vida!

"Nossas vidas são sobrecarregadas e a vida, muitas vezes, nos parece um negócio terrivelmente complicado. Os problemas do mundo são tão incrivelmente complexos e vemos que não há respostas simples. A complexidade sempre nos deixa com uma sensação de desesperança e impotência. No entanto, espantosamente, continuamos, dia a dia, sempre esperando, meio inconscientemente algo mais simples e com mais significado.     Assim, o modo de procurarmos nossa vida e o modo de viver se tornam tremendamente importantes. Cabe a nós levar à nossa busca essa autenticidade, essa simplicidade, essa franqueza, essa clareza sem peias*...então cabe a vocês aprenderem sobre ela e vivê-la....Por certo podemos conversar juntos, podemos trabalhar juntos e podemos aprender juntos, mas, no final, cada qual tem de definir sua vida individual, pois é a sua vida, só e de mais ninguém. 
E não há outro meio. 
Escolha a vida! "
          *peias - entrave, impedimento 
           

Aos poucos, nosso blog  vai tomando forma e espero que todos aproveitem!

Até o próximo! Comentem, acrescentem, compartilhem!

Monica Pontes
Neuropsicopedagoga e Especialista em Psicomotricidade